Depois de uma "licença sabática", o Incumprimentar está de volta. E tanta, tanta coisa existe para comentar, para refletir, para questionar...
Uma notícia muito interessante, do público, aqui, citando o Jornal de Negócios e a sondagem da Aximage, sobre as eleições Europeias, dá uma evolução das intenções de voto que pode ser resumida no seguinte parágrafo:
"O estudo de opinião da Aximage, que faz a manchete do Jornal de Negócios desta quinta-feira – PSD apanha PS nas eleições europeias - evidencia um crescimento dos sociais-democratas que se aproximam do PS, que era o partido mais bem colocado há três meses, gozando de uma folgada liderança nas sondagens, um capital que tem vindo a perder consecutivamente."
Ou seja… algo nos últimos três meses terá justificado esta variação ns intenções de voto? Terão sido importantes questões europeias? O aceso debate sobre o papel de Portugal numa União Europeia em plena convulsão com o Brexit?
Mas vá, normalmente as questões europeias são secundárias nestas eleições, que costumam ser mero barómetro do que os eleitores sentem referentemente à governação do país… Será então esta variação um reflexo de discordâncias com as políticas governativas internas? Baixo investimento público, o estado do Sistema Nacional de Saúde, das Infraestruturas Ferroviárias, de uma noção de eleitoralismo perante os novos passes Navegante/Andante?
Pronto… vá… terá sido por… isto?
(Caso não tenham o "prazer" de reconhecer o episódio aqui relatado, sugiro a dissertação de Ricardo Araújo Pereira sobre ele, neste video).
Por mais danoso e grave que seja este episódio, mesmo isso não me parece ser o motivo, nem um eloquente esforço do Paulo Rangel, reconhecido por todos os votantes...
Vamos fazer um exercício? Qual foi o único episódio, esmiuçado até ao limite, nos últimos três meses, que justifica esta evolução? Não foi Tancos… não foram os incêndios de 2017... não foi a greve dos enfermeiros… nada disso: foi… o "Family Gate"!
Permitam-me:
É certamente grave, denota falta de ética. Deve ser abordado. Mas… digamos: não é bem o mais grave de tudo o que conhecemos… e nem sequer é novidade! Isto acontece assim… em todos os partidos, em qualquer tipo de poder: autárquico, legislativo… as nomeações dos aparelhos, nomeações cruzadas, ajustes diretos (recordemos o genro do Jerónimo de Sousa, na Câmara de Loures…)
A sério: de tudo o que se tem passado nestes últimos anos… é isto que desequilibra a balança?
Claramente há algo que me escapa...