Vejo
com interesse os constantes artigos de opinião, comentários, avaliações
e dissertações sobre a questão dos professores, e da sua reivindicação
para que os anos em que as suas carreiras estiveram congeladas sejam
contabilizados. Refere-se, por exemplo, no Expresso de hoje que:
"Se
efectivamente o Governo aceitar que o tempo em que as carreiras dos
professores estiveram congeladas, entre 2010 e 2017, conte para efeitos
de progressão, então o esforço financeiro será de €650 milhões; e se
isto for aceite todos os outros funcionários públicos exigirão o mesmo, o
que custará mais €440 milhões ao Orçamento do Estado".
Tudo
certo, tudo válido, penso que é de aceitação geral que o estado que
temos é demasiado pesado e ineficiente para o que nele se gasta. É de
todo incomportável pedir esse esforço ao nosso país. E nem vou sequer
entrar pelas diferenças que existem entre quem trabalha no Estado e no
Privado.
A
minha única questão é: Porque é que um valor de 1090 milhões de euros é
tão chocante e aviltante, mas já se aceita de forma tácita e com alguns
resmungos entre dentes que o Estado, entre 2007 e 2015 tenha pago 13
mil milhões de euros para salvar bancos... privados? Diz um artigo no
DN, aqui:
"Desde 2007 a ajuda pública ao setor financeiro equivale a 7,3% do PIB e a um ano de receito do IVA".
E
assim se vê como a informação parcial, controlada para passar uma
posição altamente polarizada, leva a uma atitude reactiva de todos nós,
"malditos funcionários públicos", e nos faz esquecer quem de facto
esteve no epicentro de tudo o que nos tem acontecido...