terça-feira, 5 de dezembro de 2017

"IMPUBLICITAR"


Muitas vezes, penso no quanto gostaria de ser um criativo da publicidade.

Não porque inveje salários, não porque considere que constitui um trabalho de grande importância, uma espécie de "óleo da engrenagem" do motor da economia, no sentido que é ela que ajuda a que se conheçam e se demandem produtos, logo, fazendo a economia mexer. Não.

Eu queria era poder ser o criador de cartazes... como este:




Nesta bela obra de arte da montagem fotográfica, temos o anúncio a um serviço médico online de uma seguradora, tentando exemplificar o quão benéfico, cómodo e avançado é poder usar a tecnologia para ter consultas médicas em casa. A senhora até tem um cãozinho elétrico (muito mais conveniente que um real, pois então: não deita pelo, não tem de ir à rua fazer as necessidades, e nem tem que se lhe dar comida, só pilhas). 

Mas neste "quadro futurista", há um pormenor que se destaca de todos os outros. O médico, através do tablet, a olhar para a senhora. Toda a expressão é deliciosamente errada: não está a olhar com um sorriso afável e caloroso para a senhora. A cara não transmite segurança, apesar dos seus jovens anos. Não... Há ali uma espécie de estranha cobiça, um olhar quase lascivo que se torna bem estranho neste contexto. Atenção: sou todo a favor de amor livre, sem preconceitos. Mas GILFs, é onde traço o meu limite. (Quem não souber ao que corresponde aquele acrónimo, por favor procure por si, que este blog ainda tenta ser um estabelecimento respeitável, ao contrário de gabinetes de certos criativos publicitários...)

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